Acervo Musical Afonso Prates da Silva

Acervo Musical Afonso Prates da Silva

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O TAXISTA DE CURITIBA



A Última Viagem de Táxi

Recebi por E-mail de um grande amigo e colega  de Ginásio,  Professor João  Jerônimo de Medeiros, comovido com a leitura do texto resolvi dividir com vocês amigos do blog –Acervo Musical. João Medeiros sempre foi um colega estudioso e cumpridor de seus deveres; o tempo nos separou durante muitos anos e hoje graças ao advento da informática quis o destino de aproximar-nos novamente. Com seu brilhante desempenho como prof. Universitário, na cidade de Tubarão SC, escritor, tem nos brindados com artigos sugestivos  e contos criativos. Obrigado amigo, colega também na profissão; e que este texto que relato sirva de exemplos para muitas pessoas, pois estamos passando por uma verdadeira ausência de amor fraterno, sem egoísmo,  sinceros. No momento em que o país atravessa está falta de confraternização, amor, onde só ouvimos notícias ruins, um humilde taxista dá-nos um exemplo comovente. Tenham todos um bom final de semana, na paz e na concórdia do criador.

TAXISTA DE CURITIBA

Depoimento de um taxista de Curitiba
“Houve um tempo em que eu ganhava a vida como motorista de táxi. Os passageiros embarcavam totalmente anônimos. E, às vezes, me contavam episódios de suas vidas, suas alegrias e suas tristezas.
Encontrei pessoas que me surpreenderam. Mas, NENHUMA como aquela da noite de 25 para 26 de julho do último ano em que trabalhei na praça.
Havia recebido já tarde da noite uma chamada vinda de um pequeno prédio de tijolinhos, em uma rua tranqüila, próximo do Largo da Ordem no São Francisco, centro histórico de Curitiba, capital do Paraná. Eu estava terminando o meu turno e estava querendo descansar. Mas resolvi atender a última chamada que deveria ser breve.Quando cheguei ouvia cachorros latindo longe. O prédio estava escuro, com exceção de uma única lâmpada acesa numa janela do térreo. Nestas circunstâncias, outros teriam buzinado duas ou três vezes, esperariam só um pouco e, então, iriam embora.
Mas, eu sabia que muitas pessoas dependiam de táxis como único meio de transporte a tal hora. A não ser, portanto, que a situação fosse claramente perigosa, eu sempre esperava.
“Este passageiro pode ser alguém que   necessita de ajuda”, pensei.
Assim,  fui até a porta e bati.
“Um minutinho”, respondeu uma voz fraca e idosa.
Ouvi alguma coisa ser arrastada pelo chão… Depois de uma pausa longa,  a porta abriu-se. Vi-me então diante de uma senhora bem idosa, pequenina e de frágil aparência.
Usava um vestido estampado e um chapéu bizarro daqueles usados pelas senhoras idosas nos filmes da década de 40! E se equilibrava numa bengala, enquanto segurava com dificuldade uma pequena mala. Dava para ver que a mobília estava toda coberta com lençóis.  Não havia relógios, roupas ou adornos sobre os móveis. Num canto jazia uma caixa aberta com fotografias e vidros. A velha senhora, esboçando então um tímido sorriso de quem havia já perdido todos os dentes, pediu-me:
“O senhor poderia me ajudar com  a mala?”
Eu peguei a mala e ajudei-a caminhar lentamente até o carro. E enquanto se acomodava ela ficou me agradecendo.
-”Não é nada, apenas procuro tratar meus passageiros do jeito que gostaria que tratassem minha velha mãe”.
-“ Oh!, você é um bom rapaz!”
Quando embarcamos, deu-me um endereço e pediu:
-“O senhor poderia ir pelo centro da cidade?”
-“ Este não é o trajeto mais curto”, alertei-a prontamente.
-“ Eu não me importo. Não estou com pressa. Meu destino é o último, o asilo dos velhos”.
Surpreso, eu olhei pelo retrovisor. Os olhos da velhinha brilhavam marejados.
-“ Eu não tenho mais família e o médico me disse que tenho muito pouco tempo de vida”.
Disfarçadamente desliguei o taxímetro e perguntei:
-“Qual o caminho que a senhora deseja que eu tome?”
Nas horas seguintes nós dirigimos por toda a cidade. Ela mostrou-me o edifício na Barão do Cerro Azul em que havia, em certa ocasião, trabalhado como ascensorista. Nós passamos pelas cercanias do Centro Cívico, em que ela e o esposo tinham vivido como recém-casados. E também por uma Igreja no Alto da Glória, aonde  iam sempre e onde também comemoraram Bodas de Ouro.
Ela pediu-me que passasse em frente a uma loja na Dr. Muricy com a José Loureiro, que ela dizia ser um clube alemão, que tinha um grande salão de dança que ela freqüentara quando mocinha.
De vez em quando, pedia-me para dirigir vagarosamente em frente a um edifício ou esquina.  Era quando ficava então com os olhos fixos na escuridão, sem dizer nada. E olhava, olhava e suspirava… E assim rodamos a noite inteirinha. Passamos por parques, praças, restaurantes, tudo o que vinha vindo na imaginação e na lembrança da doce senhorinha.
Quando os primeiros raios do sol surgiram no horizonte, ela disse de repente:
“Estou cansada e pronta. Vamos agora!”
Seguimos, então, em silêncio, para o endereço que ela havia me dado. Chegamos a uma casa comum no bairro do Parolin, uma pequena casa de repouso.
Duas atendentes caminharam até o taxi, assim que paramos.  Eram amáveis e atentas e logo se acercaram da velha senhora, a quem pareciam esperar.   Eu abri o porta-malas do carro e levei a pequena valise (tipo de mala) até a porta. A senhora, já sentada em uma cadeira de rodas, perguntou-me então pelo custo da corrida.
-“ Quanto lhe devo?”, ela perguntou, pegando a bolsa.
-“Nada!”, eu disse.-
“Você tem que ganhar a vida, meu jovem”
-“ Há outros passageiros”, respondi.
- Mas ela insistiu, disse que não precisava mais de dinheiro, e colou 2.000 reais no meu bolso da camisa. Eu não quis aceitar, mas ela foi incisiva ao extremo, e quase sem pensar, curvei-me e dei-lhe um abraço. Ela me envolveu comovidamente e devolveu-me com um beijo afetuoso e repleto da mais pura e genuína gratidão e me disse:
-“Você deu a mim, bons momentos de alegria, como não tinha há tanto tempo. Visitamos não só lugares, mas momentos que eu vivi. Só Deus é quem sabe o quanto você fez por mim. Obrigada, MEU AMIGO! Mil vezes obrigada.”
Apertei sua mão pela última vez e caminhei até o carro que deixei na Rua Brigadeiro Franco, onde ficava o asilo. Olhei para trás e vi uma moça que fechava o portão. Ainda pude ver  outros velhinhos repousando em cadeiras. Era como o som do término de uma vida…
Sai daquele lugar com meu coração batendo de uma forma diferente. Dirigi olhando o centro da cidade amanhecendo ao fundo e não conseguia parar de chorar, e pensar como vivemos e ao que damos valor, se daqui não levamos nada. Naquele dia não peguei mais passageiros.
Fiquei sem rumo, parei na Av. Pres. Kennedy, perdido nos meus pensamentos. Mal podia falar.
Dois dias depois, tomei coragem e voltei no asilo para ver como estava a minha mais nova amiga e quem sabe passear com ela de novo. Disseram-me, então, que na noite anterior, seu coração parou durante a noite, e ela adormecera para sempre, em paz e feliz. E fiquei a pensar, se a velhinha tivesse pegado um taxi com um motorista mal-educado e raivoso… Ou, então, algum que estivesse ansioso para terminar seu turno.
Ó, Deus! E se eu houvesse recusado a corrida? Ou tivesse buzinado uma vez e ido embora? Ao relembrar, creio que eu jamais tenha feito algo mais importante na minha vida até então.
Em geral nos condicionamos a pensar que nossas vidas são os nossos objetivos e o nosso futuro. Mas a vida nos leva a vivenciar grandes momentos.
Todavia, os GRANDES MOMENTOS freqüentemente nos pegam desprevenidos e ficam guardados em recantos da nossa alma e que quase todo mundo considera sem importância e, quando nos damos conta, estes GRANDES MOMENTOS passam e nos esquecemos deles. Não geram mudanças.”
O vídeo abaixo fala por si; sem comentário....
                                                    

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ÓCIO REMUNERADO

                                Praia do Siriú -Garopaba S.C. - Brasil

Esta semana encontrei um antigo colega de trabalho, era chefe de seção da extinta FESC (Fundação Educacional de S. Catarina). Conversa vai, conversa vem lembrávamos nossos colegas e suas peripécias. - Que estás fazendo agora, me pergutou? - Nada, respondi-lhe. Curto o meu ócio remunerado. Vou para a praia do Siriú pescar siri, durmo até tarde, pego o teclado vou dedilhando, lembro músicas que me trazem boas lembranças e assim vou vivendo.- Afinal que fazes? - Eu trabalho numa firma de segurança do trabalho no setor de almoxarifado.

-E tu precisas ainda trabalhar?  - Não, mas o trabalho me faz falta. - Acho que deverias aproveitar os dias que nos restam, a vida é tão curta.Apesar de tudo observei que ele não mudaria seu modo de vida; então, lembrando de uma historia que li a muito tempo disse-lhe: Amigo, há pessoas que trabalham tanto e com tanta vontade que não vêem o tempo passar, e ele é implacável e num abrir e fechar de olhos o tempo já passou e deixamos de curtir a família, os filhos e netos; enfim, deixamos de curtir a vida. Escuta este conto e depois analisa.

“Um empresário americano, no ancoradouro de uma aldeia da costa 
mexicana, observou um pequeno barco de pesca que atracava naquele momento, 
trazendo um único pescador. No barco, grandes atuns de barbatana amarela. 

O americano deu parabéns ao pescador pela qualidade dos peixes e lhe 
perguntou quanto tempo levara para pescá-los. 


 
- Pouco tempo - respondeu o mexicano. 
Em seguida, o americano perguntou por que ele não permanecia no mar 
mais tempo, o que lhe teria permitido uma pesca mais abundante. O mexicano 
respondeu que tinha o bastante para atender as necessidades imediatas de 
sua família. 

O americano voltou à carga: 
- Mas o que e que você faz com o resto de seu tempo? 
O mexicano respondeu: 
- Durmo ate tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, tiro a sesta 
com minha mulher Maria, vou todas as noites a aldeia, bebo um pouco de vinho e toco violão com meus amigos. Levo uma vida cheia e ocupada, senhor. 

O americano assumiu um ar de pouco caso e disse: 
- Eu sou formado em Administração de empresas em Harvard, e poderia 
ajudá-lo. Você deveria passar mais tempo pescando e, com o lucro, comprar 
um barco maior. Com a renda produzida pelo novo barco, poderia comprar 
vários outros. No fim, teria uma frota de barcos pesqueiros. Em vez de 
vender pescado a um intermediário, venderia diretamente a uma industria 
processadora e, no fim, poderia ter sua própria industria. Poderia 
controlar o produto, o processamento e a distribuição. Precisaria deixar 
esta pequena aldeia costeira de pescadores e mudar-se para a Cidade do 
México, em seguida para Los Angeles e, finalmente, para Nova York, de onde 
dirigiria sua empresa em expansão. 

- Mas senhor, quanto tempo isso levaria? - perguntou o pescador. 
- 15 ou 20 anos - respondeu o americano. 
- E depois, senhor? 
O americano riu, e disse que essa seria a melhor parte. 
- Quando chegar a ocasião certa, você poderá abrir o capital de sua empresa 
ao público e ficar muito rico. Ganharia milhões. 

- Milhões senhor? E depois? 
- Depois - explicou o americano - você se aposentaria. Mudaria para uma pequena aldeia costeira, onde dormiria até tarde, pescaria um pouco, 
brincaria com os seus netos, tiraria a sesta com a sua esposa, iria a aldeia todas as noites, onde poderia tomar vinho e tocar violão com os amigos... 

- Acho melhor não, senhor! 
- Mas por quê? Pergunta indignado o americano. 
É simples... Porque, nos dias de hoje, já levo a vida que você sonha em ter daqui tanto tempo...”

E você? O que está fazendo de sua vida? 

Vamos viver curtindo Dorival Caymmi - É doce morrer no mar. 

                                      

 

 

 

 

 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A JANELA


Fim de semana, um bom momento para ler, refletir e passar o tempo.

 

 

Olhando pela janela do hospital

" Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital.
Um deles podia se sentar na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluídos circulassem nos seus pulmões.
A sua cama estava junta da única janela do quarto.
O outro homem tinha que ficar sempre deitado de costas.
Os homens conversavam horas e horas. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias...
E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.
O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela.
A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores  de todas as cores  do arco-íris. Arvores velhas  e enormes acariciavam a paisagem e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte
Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário por menor, o homem do outro lado do quarto fechava seus olhos e imaginava as pitorescas cenas. 
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia passar: 
Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro Senhor a retratava através de palavras bastante descritivas. 
Dias e semanas passaram. Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida, o homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. A enfermeira ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. 
Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. 
Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto. 
Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela que dava, afinal, para uma parede de tijolo! 
O homem perguntou a enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. 
A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem se quer conseguia ver a parede. Talvez quisesse apenas passar alguma coragem pra ele...
Moral da historia: 
Existe uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. 
A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade quando partilhada, é dobrada. 
Se você quer se sentir rico,  conta todas as coisas que você tem que o dinheiro não pode comprar. 
‘O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que o chamam de presente. ’
A origem dessa carta é desconhecida, mas ele traz ‘sorte’  a todos os que a passam. 
Não fique só para você. Simplesmente,  envie a amigos ou recomende esta leitura a quem você quer bem!!!!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

OSCARITO



Nas décadas de 50/60 o cinema nacional alcançava seu apogeu nos filmes  de chanchadas tendo como um dos principais artista cômico Oscarito que durante muito tempo fez dupla com Grande Otelo, outro grande humorista do cinema nacional. Também contracenou com Eliana que na época era uma das principais artistas. 

Nos cinemas formavam-se filas para assistir os lançamentos da Atlântida.
Interessante que naquela época pouco conhecimento tinha de Oscarito, pois grande parte  do espectador brasileiro desconheciam sua origem, entretanto considerando que veio para o Brasil com um ano de idade merecidamente era considerado brasileiro legítimo. Alguns dados de sua vida:
Oscarito, pseudônimo de Oscar Lorenzo Jacinto de La Imaculada Concepción Teresa Diaz (Málaga, 16 de agosto de 1906 Rio de Janeiro, 4 de agosto de 1970) foi um ator hispano-brasileiro, considerado um dos mais populares cômicos do Brasil. Ficou famoso pela dupla que fez com Grande Otelo, em comédias dirigidas por Carlos Manga e Watson Macedo.
Nasceu em família circense, vindo para o Brasil com um ano de idade, mas somente naturalizou-se em 1949. Seu pai era alemão e a mãe portuguesa.
Estreou no circo aos cinco anos de idade, ali aprendeu a tocar violino, sendo ainda palhaço, trapezista, acrobata e ator.
Estreou no Teatro de revista em 1932, na peça Calma, Gegê, que satirizava o ditador Getúlio Vargas, de quem se tornou amigo. No cinema estreou em Noites Cariocas, de 1935, embora tenha figurado num filme anterior, e foi nesta arte que ganhou enorme popularidade no país. Fez parceria com Grande Otelo em diversos filmes de chanchada.
Seu nome, no Brasil, era paralelo para os maiores humoristas do cinema, como Charles Chaplin ou Cantinflas.
Foi casado com Margot Louro, com quem teve dois filhos. Já aposentado, tentou imitar em casa seu pulo característico, tendo o acidente vascular que o matou, a 04 de Junho de 1970.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vamos lembrar este grande artistas num fragmento do filme  " Aviso aos navegantes"