Acervo Musical Afonso Prates da Silva

Acervo Musical Afonso Prates da Silva

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CONTOS DE NATAL






A Pequena Vendedora de Fósforos

(escrito por Hans Christian Andersen)


Era véspera de Natal. Fazia um frio intenso; já estava escurecendo e caía neve. Mas a despeito de todo o frio, e da neve, e da noite, que caía rapidamente, uma criança, uma menina descalça e de cabeça descoberta, vagava pelas ruas. Ela estava calçada quando saiu de casa, mas os chinelos eram muito grandes, pois eram os que a mãe usara, e escaparam-lhe dos pezinhos gelados quando atravessava correndo uma rua para fugir de dois carros que vinham em disparada. Não pôde achar um dos chinelos e o outro apanhou um rapazinho,que saiu correndo, gritando que aquilo ia servir de berço aos seus filhos quando os tivesse. A menina continuou a andar, agora com os pés nus e gelados. Levava no avental velhinho uma porção de pacotes de fósforos. Tinha na mão uma caixinha: não conseguira vender uma só em todo o dia, e ninguém lhe dera uma esmola- nem um só cruzeiro.
Assim, morta de fome e de frio, ia se arrastando penosamente, vencida pelo cansaço e desânimo — a imagem viva da miséria.
Os flocos de neve caíam, pesados, sobre os lindos cachos louros que lhe emolduravam graciosamente o rosto; mas a menina nem dava por isso. Via, pelas janelas das casas, as luzes que brilhavam lá dentro. Sentia-se na rua um cheiro bom de pato assado — era a véspera de Natal —; isso sim, ela não esquecia.
Achou um canto, formado pela saliência de uma casa, e acocorou- se ali, com os pés encolhidos, para abrigá-los ao calor do corpo; mas cada vez sentia mais frio. Não se animava a voltar para casa, porque não tinha vendido uma única caixinha de fósforos, e não ganhara um vintém. Era certo que levaria algumas lambadas. Além disso, em sua casa fazia tanto frio como na rua, pois só havia o abrigo do telhado, e por ele entrava uivando o vento, apesar dos trapos e das palhas com que lhe tinham tapado as enormes frestas.
Tinha as mãozinhas tão geladas… estavam duras de frio. Quem sabe se acendendo um daqueles fósforos pequeninos sentiria algum calor? Se animasse a tirar um ao menos da caixinha, e riscá-lo na parede para acendê-lo… Ritch!. Como estalou, e faiscou, antes de pegar fogo!
Deu uma chama quente, bem clara, e parecia mesmo uma vela quando ela o abrigou com a mão. E era uma vela esquisita aquela! Pareceu-lhe logo que estava sentada diante de uma grande estufa, de pés e maçanetas de bronze polido. Ardia nela um fogo magnífico, que espalhava suave calor. E a meninazinha ia estendendo os pés enregelados, para aquecê-los, e… tss! Apagou- se o clarão! Sumiu-se a estufa, tão quentinha, e ali ficou ela, no seu canto gelado, com um fósforo apagado na mão. Só via a parede escura e fria.
Riscou outro. Onde batia a luz, a parede tornava-se transparente como um véu, e ela via tudo lá dentro da sala. Estava posta a mesa. Sobre a toalha alvíssima via-se, fumegando entre toda aquela porcelana tão fina, um belo pato assado, recheado de maçãs e ameixas. Mas o melhor de tudo foi que o pato saltou do prato, e, com a faca ainda cravada nas costas, foi indo pelo assoalho direto à menina, que estava com tanta fome, e…
Mas — o que foi aquilo? No mesmo instante acabou-se o fósforo, e ela tornou a ver somente a parede nua e fria na noite escura. Riscou outro fósforo, e àquela luz resplandecente viu-se sentada debaixo de uma linda árvore de Natal! Oh! Era muito maior e mais ricamente decorada do que aquela que vira, naquele mesmo Natal, ao espiar pela porta de vidro da casa do negociante rico. Entre os galhos, milhares de velinhas. Estampas coloridas, como as que via nas vitrinas das lojas, olhavam para ela. A criança estendeu os braços diante de tantos esplendores, e então, então… apagou-se o fósforo. Todas as luzinhas da árvore de Natal foram subindo, subindo, mais alto, cada vez mais alto, e de repente ela viu que eram estrelas, que cintilavam no céu. Mas uma caiu, lá de cima, deixando uma esteira de poeira luminosa no caminho.
— Morreu alguém — disse a criança.
Porque sua avó, a única pessoa que a amara no mundo, e que já estava morta, lhe dizia sempre que, quando uma estrela desce, é que uma alma subiu para o céu.
Agora ela acendeu outro fósforo; e desta vez foi a avó quem lhe apareceu, a sua boa avó, sorridente e luminosa, no esplendor da luz.
— Vovó! — gritou a pobre menina. Leva-me contigo… Já sei que, quando o fósforo se apagar, tu vais desaparecer como sumiram a estufa quente, o pato assado e a linda árvore de Natal! E a coitadinha pôs-se a riscar na parede todos os fósforos da caixa, para que a avó não se desvanecesse. E eles ardiam com tamanho brilho, que parecia dia, e nunca ela vira a vovó tão grandiosa, nem tão bela! E ela tomou a neta nos braços, e voaram ambas, em um halo de luz e de alegria, mais alto, e mais alto, e mais longe… longe da Terra, para um lugar, lá em cima, onde não há mais frio, nem fome, nem sede, nem dor, nem medo, porque elas estavam, agora, no céu com Deus.
A luz fria da madrugada achou a menina sentada no canto, entre as casas, com as faces coradas e um sorriso de felicidade. Morta. Morta de frio, na noite de Natal.
A luz do Natal iluminou o pequenino corpo, ainda sentado no canto, com a mãozinha cheia de fósforos queimados.
— Sem dúvida, ela quis aquecer-se — diziam.
Mas… ninguém soube que lindas visões, que visões maravilhosas lhe povoaram os últimos momentos, nem com que júbilo tinha entrado com a avó nas glórias do Natal no Paraíso.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Jorge Mário Bergoglio


Papa Francisco

Como é agradável ter amigos, principalmente se esta amizade remonta dos bancos escolares. Ontem recebi de meu amigo e colega Prof. João Jerônimo de Medeiros um texto em espanhol, que ele inteligentemente intitulou “Isto sim que é encíclica”...Refere-se ao Papa Francisco, que, inicialmente meio acanhado, não mostrava realmente o seu carisma, talvez até, pela lembrança de João Paulo II, que muito marcou na passagem pelo papado.
Confesso que fiquei muito contente, pois fiz várias tentativas para colocar algum texto referente  a  Jorge Mario Bergoglio e este chegou no momento exato, na hora em que mais necessitamos  da ajuda de Deus. Um dia, como se diz na gíria, “me comprou” quando disse a seguinte frase, respondendo a uma pergunta: “ Tive uma namorada de infância, Amália, de quem pedi a mão em casamento:  Se você não aceitar casar comigo, eu viro padre”.   Felizmente, Amália não aceitou, entretanto o mundo católico ganha uma personalidade impar, amado e querido por todos.


Papa Francisco acaba de recitar:
"Necessitamos santos sem véu, sem batina;
Necessitamos santos de jeans e tênis;
Necessitamos santos que vão ao cinema, escutem música e passeie com seus amigos;
Necessitamos santos que coloquem Deus em primeiro lugar e que sobressaiam nas universidades;
Necessitamos santos que busquem tempo cada dia para rezar e que saibam namorar-se na pureza e na castidade, consagrando sua castidade;
Necessitamos santos modernos, santos do século XXI com uma espiritualidade inserida nos nossos tempos;
Necessitamos santos que vivam no mundo, se santifiquem no mundo e que não tenham medo de viver no mundo;
Necessitamos santos que sejam internautas, que escutem Ipode:
Necessitamos santos que amem a Eucaristia e que não tenham vergonha de beber uma cerveja ou comer pizza no fim de semana com os amigos;
Necessitamos santos que gostem de cinema, teatro, música, dança e esporte;
Necessitamos santos sociais, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros;
Necessitamos santos que estejam no mundo e que saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas sem ser mundanos;
É isso que precisamos ser."
Texto e Tradução: (Afonso Prates da Silva)

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CAFÉ UMA LEMBRANÇA


A história do café

Trabalhei 30 anos com café, faço parte da terceira geração no ramo de torrefação de café.
Confesso que como muitos, desconhecia sua história. Hoje no meu ócio remunerado, cheio de saudades, resolvi postar a verdadeira origem desta bebida, conforme texto abaixo.
Tenham todos um feliz feriadão.


O café incorporou-se ao cardápio do homem civilizado há pouco mais de 500 anos. Sua descoberta é cercada de mistérios e lendas, sendo o interesse pela bebida despertado pelo sabor e aroma típicos. A inclusão do café no mercado despertou muito interesse das classes mercantis, acelerando o crescimento dos processos de produção e comercialização do produto. Sua descoberta se deu na Abissínia, hoje Etiópia, após o século XIII. Diz uma lenda que um pastor da região, chamado Kaldi, percebeu que suas ovelhas ficavam agitadas após a ingestão de certo fruto. Cheio de curiosidade, também experimentou, descobrindo assim o seu poder estimulante. Kaldi colheu então um punhado desses frutos e levou-os para um convento próximo. Os monges, pensando tratar-se de uma tramoia do diabo, atiraram as bagas ao fogo. O aroma desprendido pelos grãos torrados despertaram a curiosidade dos monges, que resolveram então ficar com eles. Aprenderam depois a preparar uma bebida considerada uma dádiva de Deus, que os ajudava a ficar acordados durante as noites de prece.
Foi assim que surgiu o café!

Lindo!
Extraído do Portal Santa Clara.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Pescador






O amanhã existirá?






Um empresário americano, no ancoradouro de uma aldeia da costa 
mexicana, observou um pequeno barco de pesca que atracava naquele momento, 
trazendo um único pescador. No barco, grandes atuns de barbatana amarela. 
O americano deu parabéns ao pescador pela qualidade dos peixes e lhe 
perguntou quanto tempo levara para pescá-los. 

- Pouco tempo - respondeu o mexicano. 
Em seguida, o americano perguntou por que ele não permanecia no mar 
mais tempo, o que lhe teria permitido uma pesca mais abundante.
O mexicano 
respondeu que tinha o bastante para atender as necessidades imediatas de 
sua família. 

O americano voltou à carga: 
- Mas o que e que você faz com o resto de seu tempo? 

O mexicano respondeu: 
- Durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com os meus filhos, tiro a sesta 
com minha mulher Maria, vou todas as noites a aldeia, bebo um pouco de 
vinho e toco violão com meus amigos. 
Levo uma vida cheia e ocupada, senhor. O americano assumiu um ar de pouco caso e disse: 
- Eu sou formado em Administração de empresas em Harvard, e poderia 
ajudá-lo.
Você deveria passar mais tempo pescando e, com o lucro, comprar 
um barco maior. Com a renda produzida pelo novo barco, poderia comprar 
vários outros.
. No fim, teria uma frota de barcos pesqueiros. Em vez de 
vender pescado a um intermediário, venderia diretamente a uma industria 
processadora e, no fim, poderia ter sua própria industria.
. Poderia 
controlar o produto, o processamento e a distribuição. Precisaria deixar 
esta pequena aldeia costeira de pescadores e mudar-se para a Cidade do 
México, em seguida para Los Angeles e, finalmente, para Nova York, de onde 
dirigiria sua empresa em expansão.                                                                     
- Mas senhor, quanto tempo isso levaria? - perguntou o pescador. 
- 15 ou 20 anos - respondeu o americano. 
- E depois, senhor? 
O americano riu, e disse que essa seria a melhor parte. 
- Quando chegar a ocasião certa, você poderá abrir o capital de sua empresa 
ao público e ficar muito rico. Ganharia milhões. 

- Milhões, senhor? E depois? 
- Depois - explicou o americano - você se aposentaria.Mudaria para uma 
pequena aldeia costeira, onde dormiria até tarde, pescaria um pouco, 
brincaria com os seus netos, tiraria a sesta com a sua esposa, iria a 
aldeia todas as noites, onde poderia tomar vinho e tocar violão com os 
amigos... 
- Acho melhor não, senhor! - Mas por que? ? pergunta indignado o americano. É simples... Porque, nos dias de hoje, já levo a vida que você sonha em ter daqui tanto tempo...               (autor desconhecido)                                                                                                                          Pode parecer uma piada, mas não é não...  Há lições importantes pra tirarmos desse texto...Há pessoas que trabalham tanto e com tanta gana que acabam não vendo o tempo passar... e ele passa, é implacável... e, quando  abrimos os olhos....já passou o tempo de curtir a família, os filhos, a vida de hoje... Mas e quando ao amanhã? Bom, o amanhã? Não sei nem se ele existirá...(Celinha)