Acervo Musical Afonso Prates da Silva

Acervo Musical Afonso Prates da Silva

domingo, 20 de julho de 2014

O BEM E O MAL

O texto abaixo, sempre chamou-me à atenção. De autor desconhecido, nos mostra as duas faces do bem e do mal. 
Podemos associar ou talvez fazermos um paralelo com nossa situação política do  país, são partidos que se unem e que já foram inimigos ferrenhos, deixando o povo perplexo.
O inimigo ontem pode ser o melhor amigo hoje, tirem suas conclusões.

A Face do Bem e do Mal

Conta certa lenda, que um pintor famoso do século dezenove, ao receber a tarefa de pintar um mural para um cardeal, deparou-se com uma grande dificuldade:
Precisava pintar, no mesmo mural, uma figura humana que representasse a imagem do bem e outra que representasse a imagem do mal.
Tendo dificuldade para retratar as imagens do bem e do mal, interrompeu o trabalho no meio, até que conseguisse encontrar os modelos ideais.
Certo dia, enquanto assistia um coral, viu em um dos cantores a imagem perfeita do bem. Convidou-o para o seu ateliê, e reproduziu seus traços em estudos e esboços.
Passaram-se três anos.
A obra estava quase pronta, mas o pintor ainda não havia encontrado o modelo ideal que representasse o mal. O cardeal, responsável pela encomenda do mural, começou a pressioná-lo, exigindo que terminasse logo a obra.
Depois de muitos dias procurando, o pintor finalmente encontrou um jovem prematuramente envelhecido, bêbado, esfarrapado, atirado na sarjeta. Imediatamente pediu aos seus assistentes para que o levassem até seu ateliê.
O pintor copiava as linhas da impiedade, do pecado, do egoísmo, tão bem delineadas na face do mendigo que mal conseguia parar em pé.
Quando terminou, o jovem - já um pouco refeito da bebedeira - abriu os olhos e notou a pintura à sua frente. E disse, numa mistura de espanto e tristeza:
- Eu já vi este mural antes!
- Quando? - perguntou surpreso o pintor.
- Há três anos atrás, antes de eu perder tudo o que tinha. Numa época em que eu cantava num coro, tinha uma vida cheia de sonhos, e o artista me convidou para posar como modelo para a face do bem.
O Bem e o Mal têm a mesma face; tudo depende apenas da época em que cruzam o caminho de cada ser humano.

sábado, 12 de julho de 2014

O Brasil perdeu. Perdeu?


Após a segunda derrota da seleção brasileira, procurei encontrar uma razão para tanta decepção. Apesar de tudo, intimamente queria o sucesso da nossa seleção. Entretanto ao ler uma crônica, escrita por Percival Puggina , arquiteto, empresário, escritor, colunista do jornal Zero Hora, cheguei a conclusão que o país realmente não perdeu. Transcrevo abaixo sua crônica e verifiquem que há sentido no  texto. “Perdeu”??

"O Mineirão era uma ilha cercada pelo Brasil real, que tem muito mais                               com que se preocupar

Não vou escrever sobre o jogo. O futebol já tem cronistas em quantidade e qualidade suficiente. Interessa-me o jogo entre Brasil e Alemanha numa outra perspectiva.

Entendo que muitos ainda chorem ante o fracasso da turma do Felipão. Mas é preciso ponderar: aquilo que assistimos foi, apenas, um jogo de futebol. Não era o Brasil que estava ali. 

O Mineirão, na última terça-feira, era uma ilha cercada pelo Brasil real, por um Brasil que tem muito mais com que se preocupar. 

Pessoalmente, rezo para que as lágrimas que lavaram tantos rostos pintados de verde e amarelo não levem consigo um amor à pátria comum que habitualmente começa e termina em dois tempos de 45 minutos.

O Brasil perdeu. Perdeu? Não tenho tanta convicção assim. Como escrevi em registro postado no facebook tão logo encerrou-se a partida, o futebol não pode ser, em si mesmo, um objetivo nacional. 
O Brasil tem muito mais a ganhar, por vias melhores. E tem muito a perder se continuar pelos caminhos em que tem andado. Teremos aprendido isso? Se aprendemos, não perdemos.

Nos últimos meses, muito se discutiu, muito se escreveu sobre a Copa e sobre a conveniência de sua realização no Brasil. Pois bem, caros leitores, o momento da derrota se mostra oportuno para avaliarmos o quanto o evento e suas circunstâncias são fúteis e transitórias. 

Hospedar o circo da Fifa, a cadeia produtiva do futebol espetáculo, desembolsando para isso recursos bilionários é um luxo a que só se podem entregar nações ricas onde não falte o essencial para parcelas imensas de suas populações. A derrota de terça-feira evidenciou que a festa, num átimo, deixou de ser nossa. 

Tornou-se totalmente alheia a nós. Em extravagante inversão de prioridades, teremos apenas assinado a nota e patrocinado a festa da Fifa. 

O Brasil perdeu. Perdeu? Penso que não, se aprendemos a lição segundo a qual devemos usar a democracia para: a) escalar bem nossa elite dirigente; b) sermos internamente solidários; c) buscarmos a competência necessária para que nossos acertos superem largamente nossos erros; d) identificarmos tudo que nos amarra, que nos prende os pés, que limita nossa velocidade, que nos faz ser menos objetivos e eficientes do que podemos e devemos. 

São tantos, tantos mesmo, os fundamentos que faltaram à seleção! E, não por coincidência, são os mesmos que faltam ao nosso país. Muita tatuagem, muita brilhantina e pouco brilho, muita malandragem, muita publicidade. E pouco futebol.

Mesmo sabendo disso tudo, tendo reprovado sempre a imprudente decisão de trazer a Copa (e ainda importamos os Jogos Olímpicos para o precário horizonte de 2016!), eu quis a vitória para o Brasil. 

Espero, agora, que a constrangedora derrota tenha proporcionado à nação, envolta em ficção, sob tanta fantasia publicitária, um sofrido mas proveitoso encontro com a realidade."